Monday, March 31, 2008

Abbiamo una notte per noi, e io voglio guardarti...


"Rimani così, ti voglio guardare (...) non aprire gli occhi e avrai la mia pelle, avrai le mie labbra, tu non saprai dove, a un certo punto sentirai il calore delle mie labbra, addosso, non puoi sapere dove se non apri gli occhi, non aprirli, sentirai la mia bocca dove non sai, d'improvviso, fiché alla fine ti bacerò sul cuore, perché ti voglio (...) il mio corpo sul tuo, le tua braccia che non mi lasciano andare, i colpi dentro di me, vedo i tuoi occhi cercare nei miei..."
Alessandro Baricco, Seta

Sunday, March 30, 2008

Cruel Intentions revisited



Atenção ao container de cocaína, é sui-generis e simbolicamente irónico! Até amanhã, se deus quiser!

Friday, March 28, 2008

Não precisa de título.

"Uma palavra é como uma nota que procura outra para o acorde perfeito."
Eugénio de Andrade, Rosto Precário

Sentei-me a um canto e pensei nas coisas simples da vida. Tentei definir tudo, mas nada fazia sentido e por isso precisei de escrever. Escrever libertou-me de todas aquelas angústias e dúvidas e à medida que escrevia, sentia que o lápis e a folha de papel eram uma extensão do meu corpo. Éramos um só.
Foi quando comecei a escrever que fui discorrendo sobre o que fazia. Na verdade, nunca tinha pensado sobre isso, mas também não conseguia explicar o efeito que a escrita tinha em mim, principalmente o efeito das palavras. Era mágico.
As palavras eram o meu conforto, era como se nelas me afogasse, nas minhas lágrimas da felicidade vivida ou da felicidade perdida. Continuei sem pensar no que escrevia e percebi como as palavras escorriam pela mão, pelos meus dedos, pelo meu lápis e como molhavam, chegando mesmo a inundar, a minha folha de papel. Continuei a ensopá-la até que parei. Eu sentia-me sufocado, mas as palavras libertavam-se e saíam de dentro de mim, como a água de uma fonte, e constituíam agora memórias, pensamentos e até mesmo tempos esquecidos.
Depois, as palavras saíam-me pelos lábios, como sussurros, ficando suspensas e desamparadas no silêncio gélido do meu quarto. Voltei a escrever. Entendi então que cada ser, cada coisa tem uma palavra, que é única e singela. Até a própria palavra "palavra" é uma palavra. Complicado? Nem tanto! Sorri. As minhas palavras tinham vida. Sim. Umas gritavam, choravam, sofriam e outras cantavam, dançavam, saltavam e corriam pela folha. Era simplesmente a minha catarse, à qual eu assistia.
É na minha folha que eu sou livre, que eu sou eu, que eu não finjo, que eu não represento, é nela que eu sou fiel. Fiel às palavras que estão dentro do meu corpo, que são da minha intimidade, a minha pessoalidade. Mas é também na folha que eu estou desamparado e inseguro, é nela que eu caio e sinto vertigens até ser resgatado pelas palavras que me puxam e sacodem e me devolvem a força, a energia e a coragem. São todas diferentes, e escorrem letra a letra, como se pingassem, chegando por vezes a chover sobre o pedaço de papel branco que tenho à frente. Encharcando-o, interminavelmente. E agora tenho um oceano.
Contudo, as minhas palavras tanto molham como queimam. É com o fogo delas que eu incendeio o meu desejo e a minha paixão, e com a água delas que eu afogo a minha dor. Nasço e renasço com a escrita, e nela deparo-me com as minhas metamorfoses. E assim vou crescendo e ouso "amar o que os outros nem sequer são capazes de imaginar" (Eugénio de Andrade in Rosto Precário).
Termino e sinto-me aliviado. Tenho na minha folha branca as palavras que neste momento fazem mais sentido, as palavras íntimas do meu pensamento. É neste momento que me apercebo que não tenho todas as respostas do mundo, nem sequer uma só, mas sinto a plenitude de quem transpôs na folha pura e branca a própria alma. A minha alma.


(Outubro de 2006)

Fierce!

"O homem é inteligente porque tem uma mão."
Anaxágoras (filósofo!!!)

Take a look: www.vman.com

Love is not a competition...

...but I'm winning!

Thursday, March 27, 2008

Read between the lines...

Gabrielle d'Estrées (à droite) et sa sœur la duchesse de Villars
École française, vers 1594
Musée du Louvre, Paris

Le geste de la duchesse de Villars signifie que Gabrielle d'Estrée est enceinte, ce que confirme la dame en train de coudre une layette en arrière-plan.

Wednesday, March 26, 2008

Get the look!...

Red Riding Hood has competition!

Insight 51 Summer 2008 Clothing
Take a look: www.insight51.com/clothes.htm.

Tuesday, March 25, 2008

Surreal, bloodthirsty but original.

The Boy with Nails in his Eyes

"The Boy with Nails in his Eyes
put up his aluminium tree.
It looked pretty strange
because he couldn't really see."


O Rapaz com Pregos nos Olhos

O rapaz com pregos nos olhos
montou a sua árvore de metal.
Parecia muito estranha
porque ele realmente via mal.

Tim Burton (Sim, o realizador!),
The Melancholy Death of Oyster Boy & Other Stories


Suggestion littéraire
"A Morte Melancólica do Rapaz Ostra & Outras Estórias"
de Tim Burton
23 contos infantis (não, não, não) cujas narrativas se desenrolam no grotesco e sinistro mundo de Burton. Escritos em forma de poesia e com métrica, tocando um humor sádico e a temática do horror.
Original mas surreal, esta colectânea de pura imaginação provoca uma dualidade de sensações, a de repulsa perante tanta "horroridade", e a de atracção perante uma escrita fácil e sedutoramente non-sense.


Visionário?!

N'importe où hors du Monde

"Cette vie est un hôpital où chaque malade est possédé du désir de changer de lit. Celui-ci voudrait souffrir en face du poêle, et celui-là croit qu'il guérirait à côté de la fenêtre. Il me semble que je serais toujours bien là où je ne suis pas, et cette question de déménagement en est une que je discute sans cesse avec mon âme."


Algures fora do Mundo

Esta vida é um hospital onde cada enfermo está possuído do desejo de mudar de cama. Este queria sofrer defronte do fogão, e aquele crê que se curava ao lado da janela. A mim parece-me que estaria sempre bem no lugar em que não estou, e este problema de mudar-me é uma coisa que não cesso de discutir com a minha alma.

Charles Baudelaire, Le Spleen de Paris

Touched by greatness.

"Dream as if you'll live forever, live as if you'll die today."
James Dean (1931-1955)

Monday, March 24, 2008

"Após o prazer ficaremos mudos."

Falar do amor não é fácil, e muito mais difícil é defini-lo. Segundo Camões, “O amor é fogo que arde sem se ver/ É ferida que dói e não se sente/ É um contentamento descontente/ É dor que desatina sem doer”.
Ao longo do tempo, na literatura portuguesa, a temática romântica tem sido uma constante, o que percebemos certamente, dado que é o sentimento mais forte que todos temos dentro de nós. Será que é dentro de nós? Como é que sentimos? Como é que gostamos? Como é que amamos? Não consigo dizer por outras palavras. Não consigo explicar nem definir, mas também não é isso que pretendo!
Será que expressar os nossos sentimentos por palavras, fica sempre aquém do que realmente sentimos? Talvez. Quando sentimos o que dizemos. Também podemos dizer e não estar a sentir… é aí que a língua nos atraiçoa. Quando estamos apaixonados queremos ouvir a verdade, que pode ser dura ou não, ou a mentira, que pode ser doce mas manter-nos na ilusão? Nem eu sei responder! Talvez um pouco de tudo, conforme as situações, pois tudo é relativo. Será?

Para mim expressar o amor, um sentimento tão profundo, parte de um conjunto de atitudes. Amar não é só dizer “amo-te”. Amar é sentir. Amar é partilhar. Amar é tocar na alma do outro, não com as mãos, não com as palavras, mas com a nossa alma também. Parece absurdo, mas não é. Porque inexplicavelmente é isso que sinto e quero sentir até ao fim dos meus dias. Quero que a minha alma seja tocada pela alma de quem eu amo. E o que o amor tem de inteligível, também tem de sensível mas de imaterial também: o carinho, as palavras, a ternura, os olhares, o desejo.
Quando digo “amo-te” digo-o com o coração. Mas porquê o coração? Afinal é um órgão vital. Não é com o coração que sentimos. Ou é? Afinal como sentimos? Com o cérebro?! Talvez. Cada vez mais me surgem dúvidas na minha cabeça, e cada vez tenho menos respostas. Impõe-se então a expressão cliché (e extremamente filosófica!): “quanto mais sei, mais vejo que perante o que há para saber, nada sei”. Mas às vezes as respostas não são importantes, porque é com o tempo que elas chegam, e podem não vir todas, mas virão certamente as que nós precisamos.
Discordo totalmente quando ouço na rádio a canção dos Clã, “Problema de Expressão”, que ao dizer “amo-te” fica sempre melhor na língua inglesa. Concluo que realmente dizer uma coisa destas é que é um problema de expressão! É a nossa língua e por isso devemos respeitá-la e compreendê-la, usá-la para exprimir o que sentimos, embora isso nunca seja totalmente possível. “Amo-te” é igual a “I love you” mas se calhar para nós, falo, para mim, faz mais sentido e tem mais significado dizer “amo-te”, não só porque é parte de mim, da minha cultura, da minha identidade como pessoa no mundo, mas também porque sinto cá dentro que é o que devo dizer.
“O amor, digo eu que nada sei dele, assemelha-se mais com a trama de Penélope, rainha de Ítaca, que só se desfaz para se poder refazer.” (1) É amando, vivendo, sendo feliz ou sofrendo desilusões que podemos sentir a essência do amor, porque ele supõe tudo isto. Sofre-se quando se ama. É-se feliz quando se ama.

Na verdade “amar não se conjuga no condicional. É bem possível amar um assassino. O amor não tem partes nem tempo usual. Tudo altera. Tudo inverte. Tudo perdoa. Não é só uma coisa por dentro. Para uma pessoa que ame, o mundo todo torna-se amável. Para uma pessoa que não ame tudo parece estar prestes a desmoronar-se sem mais se levantar. As avalanches, as crianças mortas, a angústia tanto dos ricos, como dos pobres. Nada saber fazer com as próprias mãos.” (1) E assim o amor leva-nos aos limites, cria-nos a nossa ilusão, o nosso mundo. Ficamos num pedestal, que quando o deixa de ser (se deixar de ser) torna tudo muito mais difícil.
“Por mais raro que seja o verdadeiro amor, é menos raro do que a verdadeira amizade.” (1), e quando falo de amor, falo-o em todas as suas facetas. Falo de um amor universal. Sim, porque tendencialmente associamos o amor à paixão. O que acaba por ser diferente. Oposto. Antítese. O amor é espiritual, a paixão é carnal. O amor é tão forte como a morte. Por isso digo que não amo corpos, amo mentes. “A paixão é uma doce e venenosa mentira que se quer mais do que tudo para que só ela exista.” (1)
O amor por definição é eterno, mas o prazer é fugaz, escapa-nos por entre os dedos sem deixar rasto. O amor “não tem princípio nem fim porque quem vive no seu presente vive na eternidade” (1). Ainda assim, não consigo deixar de pensar como é bom discorrer sobre o amor, pois as palavras flúem e quem disser que não se pode falar de amor em português, mente! É português que eu sou e é o amor em português que eu sinto.

A desilusão continua a ser o pesadelo de todos nós. Quando sofremos é como se parte de nós morresse, parte que dificilmente vamos recuperar, assim como não recuperamos o tempo perdido. E se depois da tempestade vem a bonança, estamos sempre na expectativa de uma nova oportunidade para amar. No entanto, “o amor é um animal selvagem que chega até nós em silêncio. Aloja-se em nós e ocupa cada ponto do nosso corpo, mais, toda a nossa vida. O seu poder é de contaminação total. O amor é esse conflito permanente: liberta e agarra, é doçura e amargura, refaz e desfaz, ressuscita e adormece, faz-nos sonhar e confronta-nos com a realidade pura e dura, dá à luz. Mas também tem o poder de nos matar. No amor oscilamos entre tudo poder ser e nada poder ser, a impossibilidade de tudo. É este o amor. É esta a nossa vida.” (1) Assim é porque o amor é infindável, e para o sentirmos verdadeiramente, temos de o apanhar como se fosse uma doença. Mas não somos nós que escolhemos se queremos apanhar essa doença.
O amor é infindável mas nele “há sempre um pouco de loucura” assim como “há sempre um pouco de amor na loucura” (1). O amor vem do coração, porque do coração vem a vida, que sustenta o amor. Na minha cabeça surge uma última pergunta: será que sempre se amou da mesma forma? Será que o amar pode ser falso? Ou quando é falso já não é amar? “Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.” (2) Será que o amor pode ser uma simples questão de comodidade? Ou não será mais uma complexa questão de mentalidade?!
Eu também quero fazer um elogio ao amor, porque sei que é difícil senti-lo, e como nem sei bem o que é, não sei se já o senti. Cada um entende o amor à sua maneira, eu acho que já o senti, e sinto, pelo menos pela minha família, pela minha língua, pela minha identidade, pela minha cultura. Amores certamente diferentes mas que para mim fazem sentido incluídos num só: o meu amor.
“Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.” (2) Dificilmente quero admitir que é verdade, mas tristemente sinto que acaba por ser. Outros valores falam mais alto, vedam o coração. Mas tudo isso depende da sociedade em que vivemos, que embora não seja o bode expiatório, também tem culpas no cartório, pois caminhamos todos nós para um lugar-comum, onde cada vez mais o amor pelos outros, ou até mesmo o amor próprio, são esquecidos constantemente.
Termino, finalmente a minha reflexão com a pena que advém das minhas dúvidas existenciais sobre o amor, mas de uma coisa eu tenho a certeza, o amor por muito indefinido que seja é algo que quero alcançar, elogiar, sentir, sublimar. Mas acima de tudo viver.
Amor não é ready-made, não é um serviço de self-service e muito menos de take-away.


(21 de Dezembro de 2006)

Citações de:
1 – Pedro Paixão, Ladrão de Fogo, Prime Books, Abril de 2005
2 – Miguel Esteves Cardoso in Expresso, 5 Janeiro de 2006

Sunday, March 23, 2008

The resurrection of Jesus!

Fin du jeûne du Carême. Já se pode comer carne! Amen.

Listen up: this is the jam!

Def hot! Vamos à igreja?

Get the look!...

Skip the party!

Insight 51 Summer 2008 Clothing
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Saturday, March 22, 2008

Sounds good to me.

A música, diria eu, é o que mais reflecte a nossa personalidade. Gostos não se discutem, mas pessoas descobrem-se a ouvir os seus artistas de eleição e a rejeitar a música com a qual não se identificam (de todo!). O pior é quando o gosto é eclético. Pop, rock, soul, jazz, indie, dance, e outras mil e uma variantes. Eu gosto, de tudo! Bem, não diria tudo. Eu gosto, de quase tudo.
Mas por favor, não vou criar agora uma filosofia em torno dos gostos musicais de cada um, se bem que isso seria interessante e, simultaneamente, estigmatizante.

Vamos escutar um medicamento para os ouvidos? Apaixonei-me por esta música ontem à noite. Se bem que o vídeo que a acompanha é assim algo meio awkward-meets-weird ou o contrário.


Goldfrapp, A&E
(Eu avisei que era francamente estranho!)

Eat it, lick it, snort it, fuck it!

Photographies de Ellen Von Unwerth. Excitingly hot, non?!

Bienvenue Printemps, we missed you.

"Le Déjeuner sur l'herbe", Manet

"Le Déjeuner sur l'herbe" est un tableau d'Édouard Manet datant de 1862-1863, d'abord intitulé "Le Bain", qui a provoqué un scandale lorsqu'il a été proposé au Salon de Paris. La juxtaposition d'une femme nue et de deux hommes tout habillés a suscité la controverse lorsque l'œuvre a été exposée pour la première fois au Salon des Refusés en 1863.

Bringing Fierceness back!

Ray Ban Wayfarer. Os clássicos nunca morrem.

Number One.

Tudo começa e tudo acaba. Tudo muda e tudo estagna. Mas eu continuo a ser duas vezes número 1. Porque 2 x 1 não são dois. E porque não me contento com pouco. A ainda porque se eu não existisse tinha de ser inventado. Intelectual, interessante ou arrogante. Um-dó-li-tá. Quem quer, lê, quem não quer, não precisa de estar cá.

Atenção! É preciso óculos de sol!